terça-feira, 31 de março de 2009

essa é de 2002

Soneto do hoje mim

De todos os dias o mais inspirador
Aquele em que as flores belas
Exalaram seu perfume,
As borboletas enfeitaram os jardins,

Eu apaixonada declarei a mim
Que é seu meu único bem
Doado, mas não declarado,
Fluente as margens do pensar.

Medroso o ser daquela,
Que pode, estar além dos princípios,
Se iluminado o escurecer.

Só será amor, quando
Encontrado o tão bem escondido
Conhecer....

harmonia


Poderia fazer uma poesia agora
Já que me ausenta vontades
Poderia dizer mais mil palavras
Se já não tenho mais o que falar
É assim que se faz e cria
Da naturalidade das intenções
Que de tão passiva lembra não querer
Mas é só e unicamente
O conforto do vir
Sem que alguém leve!
São lentas e graduais alterações no todo
Para que a intenção não afugente
O gozo
Brotar da paciência – ciência da natureza

é

É bem assim,

Quando as asas decidem ser trocadas por pernas

E nos oferece a lúcida visão de uma longa estrada

De pastos verdes,

Chão árido

Cheiro de vento

E toda iluminada.

E os passos se fazem lentos

E principalmente,

Contemplativos.

Mas em um momento quando se faz um piscar de olhos

Movo lentamente meus ombros

Outrora donos de belos pares de asas

...

E sinto, e percebo, e reflito,

Escorre uma lágrima danada e lenta

Seguida de um suspiro tenso e frágil

Onde estará minhas belas asas?

...

Elas se foram me juntas com os resquícios de ilusão

Elas se foram junto com a surrada ingenuidade

Elas se foram...

Mas me deixaram a lembrança de um passado FANTASTICO

Me deixaram.

Dizer isso dói!

Me deixaram junta com a solitária, e não menos prazerosa companhia de

Meu Presente

...

Agora danço sem elas,

E nada é tão mais bunito que aqueles vôos

E nada é tão mais bunito que a ingenuidade frágil

E nada é tão mais bunito que o sorriso descomprometido

E nada é tão mais bunito que aqueles olhos embriagados de encanto

E nada é tão mais bunito que ser criança e poder voar

E ter asas e ser livres!

...

Agora tenho passos, tenho presentes,

Só me ausenta as asas e com elas a fantasia

...

Agora posso ser o que sempre fui.

Não tenho mais que me voar-me

Posso doer-me e ranger os dentes do homem que sabe da sua ‘homensidade’

...

Não ousaria dizer que aqueles é que eram tempos bons,

Nem diria que esses são melhores,

Tenho o apetite

O gosto

E o encanto. Só me angustia, pelo apego, diluir as fantasias.

Passos lentos, contemplativos e encantados.

Ainda sinto, me apaixono e me deleito.

A mesma que sempre fui,

Boba, tímida, tola, lunática.

Que se liberta das asas diluídas nas fantasias.

E voa passos lentos contemplativos e encantados.


feita - 12/12/2008

Tema: Beirut - Elephant gun